quinta-feira, março 30, 2006

da janela, as árvores filtravam a humana imperfeição da cidade


Agora, que a cortina protectora desapareceu, vamos continuar o caminho que ontem começámos, a saber:
1. Apurar os responsáveis (isto é, quem pôs a cruz no lugar da assinatura)
2. Indagar se há um PLANO que tenha levado a esta decisão e até onde ele vai, isto é, quantas mais vão "cair".
3. Determinar quem foi ouvido para a mesma (moradores, assembleias municipais, etc).
4. Enviar a todas as autoridades uma descrição minuciosa do processo sumário que, em pouco mais de duas manhãs, "limpou" seis árvores cheias de vida.
5. Elaborar um documento para subscrição de assinaturas, seguindo os bons e reconfortantes conselhos dos Dias com Árvores.
6. Bombardear com telefonemas e faxs a Junta de Freguesia, a Câmara Municipal de Lisboa, etc.
E ainda:
Contar as árvores que AINDA estão de pé. É uma alameda inteira que dá a este universo algum sentido, no meio de prédios atordoados pela altura.
E, porque não seguir a sugestão da Margarida:
"Se ao menos tivessem sido avisados, podiam sempre fazer com a Beatriz, de «A Beatriz e o Plátano», da Ilse Losa. Marcou a minha infância, a determinação da rapariga que passa a noite junto da árvore em frente à sua casa, a fim de evitar o seu abatimento no dia seguinte. E consegue."
Pelo menos em sonhos, ajudar-nos-ia a vencer o medo de acordar e dar com a rua deserta, prédios, muito betão e carros. Sem sombra de árvores, sem sombra dos pássaros que pousam nas árvores, sem sombra de nada.
Obrigado a todos. Continuam a aceitar-se sugestões
Armandina Maia