Portugal
Ó Portugal, se fosses só três sílabas,
linda vista para o mar,
Minho verde, Algarve de cal,
jerico rapando o espinhaço da terra,
surdo e miúdinho,
moinho a braços com um vento
testarudo, mas embolado e, afinal, amigo,
se fosses só o sal, o sol, o sul,
o ladino pardal,
o manso boi coloquial,
a rechinante sardinha,
a desancada varina,
o plumitivo ladrilhado de lindos adjectivos,
a muda queixa amendoada
duns olhos pestanídeos,
se fosses só a cegarregua do estio, dos estilos,
o ferrugento cão asmático das praias,
o grilo engaiolado, a grila no lábio,
o calendário na parede, o emblema na lapela,
ó Portugal, se fosses só três sílabas
de plástico, que era mais barato!
Alexandre O’Neill
http://poesiaseprosas.no.sapo.pt/alexandre_oneill/poetas_alexandreoneill01.htm
http://www.astormentas.com/oneill.htm
http://www.vidaslusofonas.pt/alexandre_o_neill.htm
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/oneill/
http://www.triplov.com/letras/petrarca.htm
http://teiaportuguesa.com/fichaautoretrato.htm
http://nescritas.nletras.com/poetasapaixonados/deoneill/
http://vemosouvimoselemos.blogspot.com/2006/01/alexandre-oneill.html
http://www.criticaliteraria.com/9725752422http://www.revista.agulha.nom.br/alexan.html
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