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A cilada
As portas voltarão sempre a abrir-se como lábios
mas a vida será sempre cilada
e quem passar debaixo de uma escada
haverá de morrer antes da madrugada
Quem afinado canta nunca alcançará
o outro lado. Só desmantelada é que a melodia
atravessa o dia. Só a dissonância
avança na névoa e vence a distância.
Quem não tem voz própria não o ouvirá
o vento que sopra. Uma voz fanhosa
surge no jardim, para espanto das rosas.
E toda a porta aberta é uma porta fechada.
Nosso destino não é uma linha reta.
São recuos, desvios, saltos e paradas.
Lêdo Ivo, Curral de Peixe
http://www.revista.agulha.nom.br/ledo.html
http://www.releituras.com/ledoivo_resposta.asp
http://gavea.blogspot.com/2004/09/ldo-ivo.html
domingo, março 05, 2006
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