sábado, maio 27, 2006

hino? qual hino?

Photobucket - Video and Image Hosting


Hino Nacional
Powered by Castpost



Do nacional ao mundial
passando por bandeiras maila santas milagrosas de sabor a macumba

Um dia destes, diante das 25 criancinhas a quem tenho a honra de tentar ensinar Português, o debate foi parar às bandeiras nacionais “ para motivar a selecção”. Dei a entender, com uma eloquente torcidela de nariz, que me fazia alguma impressão ver a bandeira, os santos, as santas e a macumba vindas do Brasil a empurrarem a selecção para a gloriosa e inevitável vitória.
Os putos atalharam “S’tôra”, a nossa bandeira é linda!”. Fiquei ébria de orgulho nacional foleiro, daquele que todos temos um pouco por mais que o neguemos, e tratei logo de me pôr do lado deles.
Com a cabeça, os meus “sins” repetidos, fui no entanto metendo a mão na massa e, para exerimentar o barómetro, disse “Esperemos que os grandes não sejam tão maus como os pequenos, este é também o problema do país, blá blá blá, muita festa, muitas luzes, e a produção é a que se vê...” E acrescentei:
- Vocês não notaram que até o hino da Selecção para o Mundial diz qualquer coisa como “O que interessa é Portugal ...não é preciso chegar à final?”
André, o melhor aluno da turma, empertigou-se “SEI TUDO DE COR”. O hino, perguntei? Sim! Então vamos lá ouvir.
Com asas dos pés à garganta, ouviu-se a voz firme do puto “Heróis do mar....”. O resto da turma bebia, emocionada, o hino. Ninguém percebeu a troca.
Só eu.

Decididamente, as minhas teorias prévias estavam certas: as bandeirinhas, o hino nacional a Selecção e o povo deste país anda tudo a ser metido no mesmo saco.

Epílogo:
Eles também sabiam o hino da Selecção, mas não os conseguiam distinguir e muito menos a que lugar cada um pertencia. Ou seja, tudo à molhada e fé em Deus.

Daqui ao abismo, já nem um passo nos separa.

armandina maia

quinta-feira, maio 25, 2006

Luandino Vieira: o "não" que sabe a muita história por contar

Como eu disse no post sobre o Luandino Vieira, tinha-se feito tarde para reconhecer no Prémio Camões o lugar deste autor em qualquer literatura, de qualquer latitude.

Ao recusar os euros e as honrarias que sabemos, Luandino, num só gesto, demonstrou duas coisas invejáveis:
que a sua independência era mesmo real e que continua apostado em fazer florir as roseiras do quintal.

Parabéns Luandino!

Armandina Maia

Nota:
Vale a pena ir aqui, onde me trouxe a mão amiga do Rui.

terça-feira, maio 23, 2006

Luis Brito Pedroso: choro a tua partida como um continente /que chora o soltar de uma porção de terra




Amancio Prada canta Adios Rios, adios fontes, de Rosalia de Castro
Powered by Castpost



dentes de sabre


Pego numa vara e desenho à minha volta
com a dimensão dos meus braços um círculo no solo.
Dentro apenas uma areia escura, muito fina,
um pó perdido e inerte,
que enegrece os meus pés.
Pedras soltas, poucas. Mais nada.
Olho o círculo, trezentos e sessenta graus de país
com o tamanho dos meus braços
e o poema é apenas uma memória.
Adormeço em pé durante meses, fixo nestes ossos.
Cabe alguém nesta ilha?
Choro a tua partida como um continente
que chora o soltar de uma porção de terra,
de uma nascente ilha em direcção ao horizonte,
e espero neste ponto móvel que dês a volta ao mundo.
Deixo cair a túnica, a única coisa que me cobria.
Levanta-se um sopro, uma nuvem sobre quem eu sou,
uma rouquidão crescendo aos poucos na minha voz.
O meu corpo cobre-se de algas.
A meio da noite escura solto um grito,
o sal secou sobre a minha pele, volto a vestir a túnica,
cubro a cabeça com o capuz,
pego na vara e continuo a desenhar coisas estranhas
nesta areia até o sol nascer


Luis Brito Pedroso

ttp://lup51.blog.simplesnet.pt



segunda-feira, maio 22, 2006

Luandino Vieira: um prémio para uma Literatura a que todos pertencemos

Photobucket - Video and Image Hosting
Capa e desenhos no interior de José Rodrigues


Algumas notas sobre a edição:
Obrigada ao
António Ferra pela cedência deste exemplar;
1ª edição legal de narrativas, escritas em 1962, no Pavilhão Prisional da PIDE, em Luanda;
Prémio João Dias, 1962 (Júri Urbano Tavares Rodrigues, Orlando da Costa, Lília da Fonseca, Noémia de Sousa e Carlos Ervedosa);
Editado pela 1ª vez em Paris, por Edições Anti-Colonial, sem data.


Humbiumbi cantado por Filipe MuKenga, Angola
Powered by Castpost

Homenagem a Luandino Vieira, cujo "esquecimento" começava a fazer-se notar, mesmo tendo em conta as já famosas políticas da corte. Para actualização sobre este assunto leia aqui.



À espera do luar

João Matias Kangatu andava devagarinho, macio, sobre a areia amarela muito molhada da maré da tarde, agarrando com força o pacote contra o peito largo de pescador.
A noite, no princípio ainda, não estava fria. Agosto já tinha chegado e era mesmo a lua desse dia que ia dar berrida no cacimbo cinzento que pinta de triste as águas azuis e verdes. Os pés largos nos quedes faziam chorar a areia e a noite espreitava o andar do homem com os seus olhos pequenos e brilhantes das janelas das estrelas.
No lado direito o mar estava falar, mas João Matias não lhe ligava, habituado dessa conversa de sempre, desde pequeninho no dongo até agora na traineira de mestre Rufino, da Ilha do Cabo. As palavras pequenas e mansas vinham na boca das águas fazer barulho na areia e o vento, em cima de tudo, dicanzava nos coqueiros lá longe, na Pescaria.
O barulho dos passos dele fez ainda Kangatu assobiar e aper­tar mais esse embrulho pequeno, de papel alcatrão, bem amarrado com fio e acabado com esse nó, só ele mesmo sabia-lhe desamarrar.
Não era a fala do mar que podia-lhe mesmo distrair nessa hora porque ali, amachucando a areia e espiando com os olhos acostumados as águas quietas da Samba, ele não sentia outra coisa, era só o coração aos pulos de alegria e medo no serviço que ia fazer.




Luandino Vieira, Vidas Novas, Lisboa, Afrontamento, 1962

quinta-feira, maio 18, 2006

Rui Lage: país perdido no regaço da palha

Fotografia de Édourd Boubat, Portugal, 1956



Leonard Cohen, "Like a bird", Songs from a room
Powered by Castpost


A CARTA NA MÃO

ao meu pai, Carlos

País perdido no regaço da palha
sob o peso da luz e do pão,
tenho-te escrito e aberto nas mãos,
tenho-te perto da vista e longe
cada vez mais do coração.

Sobre os joelhos o fruto seco da carta,
a nódoa de veneno deixada
pelos insectos, a invasão dos vermes,
as unhas imundas que feriram
a polpa, o caroço onde guardo
os sinos da manhã.

O pátio na carta aberta,
a casa remota, perdida
após montes e montes deitados
sobre o perfume das hortas,
o eco das minas bebendo em sossego
o pensamento, a lentidão dos animais
que perduram na curva dos caminhos.

Na carta aberta o cimo das escadas,
o céu tranquilo as mãos na cintura,
a súplica de pó no rosto que olha
pedindo a mão pequena
para a borda da saia,
o primeiro dia de escola
para o colo do regresso.
Mas se morrermos agora,
no pátio ou no deserto, quem dará conta
do país perdido?

Que me pede a carta nas mãos
cantando o país perdido?
Também aqui as cigarras cantam
mas estranhas aves amplificam
no tímpano sujo dos muros
o ar queimado da savana.

Que faço na terra do marfim?
Porque não há cravos
na pequena horta da prisão?

Rui Lage

http://br.geocities.com/rsuttana/poesia.htm
http://www.letras.up.pt/deper/3M.htm
http://www.zonamusica.pt/blog/2006_01_01_archive.html
http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/rventura.htm
http://www.palavreiros.org/festivaldiamundial/portugual/ruilage.htm
http://antologiadoesquecimento.blogspot.com/2006/02/trabalhos-domsticos.html
http://edicoes-mortas.blogspot.com/2006/03/rui-lage-passou-por-c-com-meta-fsica.html
http://ruadajudiaria.com/index.php?m=200409
http://last-tapes.blogspot.com/
http://revista-aguasfurtadas.blogspot.com/

segunda-feira, maio 15, 2006

guardo tudo o que te pertence: o quarto, o cão, o cheiro do mar

Photobucket - Video and Image Hosting



Powered by Castpost


Receita para um filho (e)terno num amor eterno de mãe

Começa-se a amar logo que abre os olhos, ainda sem nos ver distintamente. Embala-se as vezes que for preciso, até demais, porque filho não tem lei nem regra, só a do amor.
Se for de difícil adormecer, dá-se-lhe colo até adormecermos os dois. Não é aconselhável e dizem que faz mal quando crescerem, mas é o que todas as mães anseiam, para curar as insónias dos filhos.
O amor é dado todos os dias, nas quantidades máximas e mínimas. Pode às vezes parecer demais, porque não conseguimos a distância e a austeridade que os livros dizem serem saudáveis.
E crescem, tão inocentes, que fazem inveja aos anjos, contando tudo o que se passa à volta, chorando e rindo muito, porque são meninos só, mais nada.
Têm grandes olhos que nos vêem em todos os gestos e nos pressentem as dores e a aflição, que farejam como felinos.
Ficam contentes só porque chegamos a casa e sair é uma festa, mesmo que seja só à loja da esquina, porque o mundo é todo ali.
Desconhecem a malícia e a maldade e se mentem é só por pensar que nos fazem felizes a dizer o que nós gostávamos de ouvir.
É nesta parte que crescem mais. Quando os olhamos, vemos-lhes as mãos de criança, roliças e doces, crescerem na ponta de uns braços que parecem navegar por cima das cabeças. É então que passam eles a abraçar-nos e a levantar-nos do chão, para mostrar como são fortes e heróis.
São as suas mãos que agora seguram as nossas. Seria já ridículo passeá-los de mão dada, como dantes.
Mesmo assim, sonhamos que lhes protegemos (ainda) os passos. E habituamo-nos a esperar. Que voltem, que voltem sempre. Do mar, da montanha, do outro lado do mundo, da aventura que não os deixa dormir de ansiedade sonhada. Temos medo por eles, temos medo que vão e sonhamos que não voltam, que ninguém os traz até nós.
E assim crescemos, a habituar-nos à distância que dói no coração das mães, mas que faz os filhos mais fortes e audazes. Por isso amamos e odiamos as viagens que nos condenam às esperas, mas deixamo-los ir, e dizemos-lhes que vão, que nós guardamos tudo o que lhes pertence até voltarem: o quarto, o cão e o cheiro do mar.
Às vezes afastam-se demais, e a espera é mais difícil. Ficamos então a girar pela casa, a limpar o quarto e a olhar as fotografias, como se pudessem falar.
Mas um dia voltam, a mergulhar nos sonhos e na realidade, que é um modo de dizer, na esperança de seguir em frente e serem felizes. Para sempre.
É então que as mães dormem a sono solto, o sono adiado de muitos anos.
Parabéns com beijos, cheios, como sempre foram.

Mãe

sábado, maio 13, 2006

Schostakovitch e Jorge de Sena: "uns cantam e outros choram"

Photobucket - Video and Image Hosting
Aurélio da Paz dos Reis, Porto, Foz do Douro, s/d.

Para o Paulo Carvalho, pela sugestão deste cruzamento "altamente perigoso", como diria o O'Neill


Dmitri Dmitrievich Shostakovich, op. 110, Allegretto do Quarteto de Cordas nº 8 em Dó menor.
Powered by Castpost


L’ été au Portugal

Que esperar daqui? O que esta gente
não espera porque espera sem esperar?
O que só vida e morte
informes consentidas
em todos se devora e lhes devora as vidas?
O que quais de baratas e a baratas
é o pó de raiva com que se envenenam?

Emigram-se uns para as Europas
e voltam como se eram só mais ricos.
Outros se ficam envergando as opas
de lágrimas de gozo e sarapicos.

Nas serras nuas, nos baldios campos,
nas artes e mesteres que se esvaziam,
resta um relento de lampeiros lampos
espanejando as caudas com que se ataviam.

Que Portugal se espera em Portugal?
Que gente ainda há-de erguer-se desta gente?
Pagam-se impérios como o bem e o mal
- mas com que há-de pagar-se quem se agacha e mente?

Chatins engravatados, pelenguentas fúfias
passam de trombas de automóvel caro.
Soldados, prostitutas, tanto rapaz sem braços
ou sem as pernas – e como cães sem faro
os pilhas poetas se versejam trúfias.

Velhos e novos, moribundos mortos,
se arrastam todos para o nada nulo.
Uns cantam, outros choram, mas tão tortos
que a mesquinhez tresanda ao mais singelo pulo.

Chicote? Bomba? Creolina? A liberdade?
É tarde, e estão contentes de tristeza,
sentados em seu mijo, alimentados
dos ossos e do sangue de quem não se vende.

(Na tarde que anoitece o entardecer nos prende).

Lisboa, Agosto 1971
Jorge de Sena

quinta-feira, maio 11, 2006

De milão com amor, o futuro ao alcance do olhar

Cultura della energia, energia della cultura
1906-2006 Cento anni dalla nascita di Enrico Mattei


Addio Amore cantado por Pueblo unido
Powered by Castpost


Ainda não me é possível dizer-vos da luz total que inundava a cidade de Milão, onde um sol inédito nesta época trazia as pessoas para a praça.
Muitos muitos jovens, a palrar de tudo e de nada, por baixo os corações faziam sentir aos passantes a luz do futuro que de novo se acende naquele país. Para quem não saiba, a Itália é um país que sabe a cor da resistência, sabe rir-se de si mesma e é extraordinariamente pecadora, o que só lhe fica bem nesta hipocrisia reinante. A política não impede o país de caminhar em frente, mas, mesmo assim, soube-nos bem ver o "eterno" Berlusconi ficar só a mandar no que é dele e deixar respirar de novo quem gosta da vida como ela é: uma dose de futuro ao alcance do olhar.
Por mais que tente, nunca conseguirei contar como "se vira" e se reconstrói e se refaz das feridas este país de gente que se orgulha de ser dali, e por isso parte e re-parte as vezes que for preciso, para chegar outra vez à aura da esperança.
Não é o mar que nos separa da cultura italiana contemporânea: é a língua, os interesses comerciais, de distribuição literária, cinematográfica. Isto para não falar do teatro, dos "espectáculos" sem igual de gente de uma estirpe de que só temos franjas, que põe a nu o gozo e o sofrimento de estarmos vivos e, last but not least, uma rádio que se impõe como uma majestade, sem servilismo, uma contrainformação permanente, que põe em causa cada passo em falso da política.
Gostava muito de ter trazido comigo esta capacidade secular de nos rirmos e dizermos não sem amargura e sem a mesquinhez que nos é proposta a cada passo, em cima de um bandeja onde a ignorância é o prato pricipal e, mesmo assim, poucos comem, alguns debicam e os outros ficam nas esquinas à espera de vez.
Mas não vamos desistir: é por isso, também, que estes blogs nos acompanham, como uma verdadeira luz de presença que sabemos que está do nosso lado. obrigada pela companhia.
armandina maia, 11 de Maio de 2006
Nota:
do congresso vale muito a pena falar, mas estou a preparar uma surpresa, um dia destes.

domingo, maio 07, 2006

contigo na moldura, serena e cálida



Finalmente, depois de todos estes anos, pus o teu retrato na moldura. Era uma moldura angular, quase imponente, de madeira polida e firme.
Olhei para o retrato e para a moldura e descobri que combinavam. Meti-te lá dentro, e vi-te no retrato.
Depois destes anos todos, consegui por-me fora, desatar a correr. Contigo na moldura, serena e cálida. Assim, de fora, te falo agora, a ver-te com surpresa, para sempre na moldura.
Ainda não sei se me foste boa ou má, ainda não descobri a manta que nos agasalhou. Sei que o teu silêncio me fez renascer de não o querer. De não me querer acasalar naquele choro manso que fazia ranger o espaço e nunca mais deixava as aves voarem do ninho.
Dorme bem, eu tratarei de limpar o pó da moldura.

armandina maia

quarta-feira, maio 03, 2006

a viagem da minha vida

Alberto Giacometti


Carlos Paredes, Variações em ré maior
powered by castpost

Vivi quase nove anos neste país, uma segunda pátria, se é possível o sonho de repartir o indivisível. estarei num Congresso dedicado a Eugénio de Andrade e a cultura europeia.
Quando voltar, retomo os meus posts, o meu blog que tanto me anima pelos encontros de saberes e, sobretudo, de memórias, já que o esquecimento, como eu disse ontem a um conhecido, é a pior de todas as mortes.
deixo-vos com um excerto do trabalho que vou apresentar:

(...) Eugénio de Andrade erigiu e conservou um património de palavras que passaram a pertencer-lhe, edificando num terreno aparentemente árido, uma oficina de poesia cuja fertilidade ainda hoje ecoa em muita da nova produção poética portuguesa e não só. Referimo-nos, entre outros, à influência nos Países de Língua Oficial Portuguesa (...).
Em cada gesto da escrita de Eugénio de Andrade, a palavra assume-se como um compromisso, tentando suster-se num difícil espaço, em que é o que parece ser, mas é também uma decisão, um arrojo que a arranca da trivialidade para fazer planar, sendo simultaneamente uma memória e a sua projecção num espaço futuro.
Por isso se respira nestas palavras como num templo, “o espaço cheio e como que sagrado” de que fala Óscar Lopes, como se a poesia de Eugénio de Andrade calasse com ela uma nobreza funda que não lhe permite mostrar-se demais. Esta condição de ser parco a “redução ao osso”, nas palavras e no silêncio que as rodeia cria a clareira, o espaço em volta que se alarga e afasta, como disse Rilke. Por isso, desde sempre, Eugénio de Andrade caminha pelos seus próprios passos, como se obedecesse a uma lição que pertence a todos os homens da terra. Esta «pouquidão» acabará por nos trazer um constante efeito de deslumbramento, por se manter assim, intacto, perene, como se viajasse de e para a eternidade:

Era um lugar onde só
a poesia
me podia ter levado –
lugar de morte, a luz
roída,
rala.
Até a minguada
romãzeira
era de pedra.
O vento
acrescentara-lhe a poeira”.

Eugénio de Andrade, "Tebas" Escrita da Terra

segunda-feira, maio 01, 2006

Cabo Verde canta a independencia

www.afromix.org (interior da prisão do Tarrafal)


Finaçon cantada por Mantchontcha (autor Zeca di Nha Reinalda)
Powered by Castpost



(...) confinados à voracidade reclusa da miragem
das noites da Assomada
sob o monótono e aprisionado mar
do tarrafal de santiago


José Luis Hopffer Almada

Abril em Maio: as canções das liberdades devolvidas


adangel.weblog.com.pt/ arquivo/2003_06.html


Guiné Bissau, Pastro cantado por Netos do N'Gumbe (tradicional)
Powered by
Castpost