Edward Hopper 1932 http://www.hopper.com.br/obras/indexobras.htm
A casa do mundo
Aquilo que às vezes parece
um sinal no rosto
é a casa do mundo
é um armário poderoso
com tecidos sanguíneos guardados
e a sua tribo de portas sensíveis.
Cheira a teias eróticas. Arca delirante
arca sobre o cheiro a mar de amar.
Mar fresco. Muros romanos. Toda a música.
O corredor lembra uma corda suspensa entre
os Pirinéus, as janelas entre faces gregas.
Janelas que cheiram ao ar de fora
à núpcia do ar com a casa ardente.
Luzindo cheguei à porta.
Interrompo os objectos de família, atiro-lhes
a porta.
Acendo os interruptores, acendo a interrupção,
as novas paisagens têm cabeça, a luz
é uma pintura clara, mais claramente lembro:
uma porta, um armário, aquela casa.
Um espelho verde de face oval
é que parece uma lata de conservas dilatada
com um tubarão a revirar-se no estômago
no fígado, nos rins, nos tecidos sanguíneos.
É a casa do mundo: desaparece em seguida.
Luiza Neto Jorge, O seu a seu tempo
http://www.geocities.com/ail_br/luizanetojorgeouapresentacao.html
http://poesiaseprosas.no.sapo.pt/luiza_neto_jorge/poetas_luizanetojorge01.htm
http://maniasymanias.blogspot.com/2005/12/luiza-neto-jorge.html
quarta-feira, março 22, 2006
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6 comentários:
Lindo... bom dia... com sol e cor
Obrigada por ter vindo até cá. Eu farei o mesmo com o seu lugar. agrada-me de sobremaneira o bilinguismo em alyernância. parabéns.
armandina
Parabéns pelo seu blog.
Lúcido, sem a arrogancia da lucidez.
belo, sem a arrogancia da beleza.
comovido, sem a arrogancia da comoção.
sabe bem ser visita de corpo inteiro.
Nuno Gouveia
estes posts sabem mesmo bem
dng (kultivo)
Agradeço a referência ao meu humilde blogue, o maniaymanias.
Ainda tem um quadro meu que me comprou quando dávamos aulas na Damaia?
Ah, o poesias_e_prosas também é meu...
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