De mão dada, pai e filha percorriam as avenidas entre árvores, estranhos seres que cresciam devagar, esmagando o sol, entre a folhagem espessa e as neblinas matinais que tornavam as horas mais lentas.
Nenhuma palavra se soltava entre eles, aparentemente a olhar descuidados o arvoredo que crescia, enquanto se deixavam tomar pelo ar pacífico que os rodeava, como se um halo eterno pairasse sobre as suas cabeças.
A menina ajuizada que passeava com o pai naquele deleite, ficou-lhe para sempre na retina, como um quadro pintado por um pintor romântico. Sem cores nem flores, voltava sempre a imagem dos dois, a caminhar devagar como se a eternidade fosse deles.
Bastava-lhe, numa embrulhada de recordações, aquele par de mãos dadas que se recolhia a casa depois do pôr do sol, como se lhes tivesse chegado uma meia hora para serem pai e filha. Sem palavras, sem ornamentos, sem promessas, quase sem nada.
sexta-feira, setembro 30, 2005
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