sexta-feira, setembro 30, 2005

mar, um traço repetido sobre a pele

António Ferra, mar 1, 2005

Respiro o sol da mesma maneira que olho as cadeiras à volta do mar, com um resto de luz na fundura dos olhos, um traço repetido sobre a pele. Se não fosse o corpo escondido quando as aves passam, podia experimentar a praia com as palavras. Mas é tempo para que o corpo se divida e se multipliquem as células, até se tornarem invisíveis nos objectos de mármore, nos bibelôs dos dias.

António Ferra, A estação suspensa (inédito)

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