quarta-feira, janeiro 17, 2007

contagem [de]crescente 7

imagem de antónio ferra

A luz chega agora por muitas vozes que nos dizem ser este o caminho, e seguimos em frente, já parcos nas palavras, porque o amor diz-se melhor em silêncio. Preparo a tua partida, a tua mão a acenar, o teu adeus de um remorso inexplicável, o de todos os filhos que, um dia, quando a própria vida lhes impõe, têm de ficar a sós com ela, para ver quão grandes são, afinal. Aprisionar o amor não é, nunca foi, uma forma de amar. Por isso, te desejo com a mesma força irremediavel de sempre, que não voltes nunca para o ventre, eterno ou materno. A diferença é pouco mais que nenhuma.
armandina maia

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