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Adolescência
Plantaram uma única figueira na margem dos
teus domínios.
Anoitecia.
Os cães, os pássaros,
as folhas do pensamento e de algumas árvores,
quase tudo acabava em ti.
O sono crescia no meio dos jardins alucinados.
As conchas fechavam-se sobre as pérolas de
sangue das irmãs.
Era tão simples amar as lágrimas delas, aos pés da cruz.
A lua cheia parava em agosto e batia na
janela de um sonho puro.
Os figos caíam através do verão.
Rebelde, incendiavas esse tempo.
Ainda crescias.
José Agostinho Baptista, Agora e na hora da nossa morte
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