quinta-feira, fevereiro 02, 2006

a guerra das estrelas

(...) Vejo-o, diante dos senhores da decisão, que não lhe viam as mãos grandes nem as suas razões, as razões dos dois lados, que agora porém, bem sabemos que podem coexistir.
Oh! se podem coexistir, dentro de nós mesmíssimos, os indecisos do partir ou de ficar, os virtuosos a favor e contra a guerra colonial, os fundadores de uma escola inteira que se arrastava pelas praças e cafés, como um exército de folga, ou uma nobreza desocupada que se diferenciava pela ternura com que falava dos seus súbditos, a devanear por entre os muros, entremeados de filmes checos que ninguém compreendia mas tinha que explicar, (...) e então ver-se-ia quanta gente ia de falsete à ópera, para ser visto no fim da missa, para estender o bóné, a ponta da saia, lançando um olhar de soslaio, entendedor, conivente e promissor de novas óperas. (...)

maria armandina maia, dedicadamente sua, 2001

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