Recolhem-se os pedaços de fita que ainda podemos aproveitar, restos de embrulhos, sobras da comida que ainda imitamos, por persistir na memória das coisas.
Se calhar, mais do que tudo, existimos nela, a tal memória que nos cola os cacos que um dia nos aparecem à frente como uma barreira intransponível. uma daquelas barreiras pequeninas e cobardezinhas, que cortam o olhar de quem quer passar além.
Vivemos todos atrás de uma barreira assim, pequenina e cobarde.
Só a memória leva até ao outro lado.
Eu sou só a mais longa memória do que vivi, do que vi e do que pressenti. e sou ainda a viagem constante entre rostos que me deram a vida que todos os dias me sobra, do muito que já me coube.
Quero cada vez menos natais pequeninos de shoping center, habituada como estou às mordomias de natais diários, em trocas de amigos que vão onde eu for, onde quer que seja o norte.
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